domingo, 19 de junho de 2011

DILATAÇÃO-TORÇÃO GÁSTRICA EM CÃES

(Centro Veterinário Sra de Belém)
É uma patologia em que ocorre dilatação do estômago seguida da torção deste sobre si mesmo, agravando a fermentação e o aprisionamento de gás e alimento no seu interior.
Requer diagnóstico rápido e preciso, para intervenção cirúrgica imediata, visto que pode provocar a morte em 6 a 12 horas. A taxa de mortalidade sem cirurgia é de 100%.

A causa desta patologia permanece desconhecida mas existem factores que parecem predispor ao problema, tais como:
Exercício vigoroso após a refeições;

Dietas muito fermentáveis ( feijão,grão,rações com pouca fibra);


Uma única refeição diária;


Aerofagia (engolir ar) provocada por stress, ingestão de água por mangueira, etc.

Ocorre maioritariamente em raças grandes ou gigantes com tórax profundo como o Dogue Alemão, São Bernardo, Pastor Alemão, Labrador, Setter, Rottweiller, entre outras. O risco aumenta com a idade, mas cães jovens também podem sofrer desta patologia. Com a rotação do estômago vai haver obstrução do cárdia e do piloro , (esfíncteres do estômago) tornando-se o estômago cada vez mais dilatado. Além do estômago ocorre a torção do baço e dos seus vasos, levando à congestão do baço e necrose da parede gástrica. A dilatação gástrica diminui o fluxo da veia cava e veia porta. Diminui assim o retorno venoso e logo o débito cardíaco. A estase sanguínea e a hipóxia (falta de oxigénio) dos tecidos conduz ao aumento das endotoxinas bacterianas. O animal entra em choque profundo e morre. Os sinais típicos desta patologia são:

Aumento agudo do volume abdominal;

Dificuldade em vomitar (tentativa atrás de tentativa);


Flatulência;


Hipersalivação;


Intranquilidade e depressão.

Perante estes sinais clínicos deve dirigir-se o mais rápido para um centro veterinário. Cada minuto conta! Pode ainda haver só dilatação do estômago sem torção, facilitando muito a terapêutica e o prognóstico. Neste problema é necessário estabilizar o animal com fluidoterapia agressiva para corrigir as alterações metabólicas e electrolíticas, seguido de cirurgia urgente. A taxa de mortalidade de animais tratados cirurgicamente mesmo assim é . O melhor é sempre a prevenção. Dê uma boa ração ao seu animal e nunca de uma só vez. Deve repartir em duas doses diárias. Evite que o cão salte ou corra logo a seguir a comer ou beber . Qualquer dúvida, não hesite leve ao veterinário.

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